Nesse contexto, um artigo publicado pelo periódico Psicologia
Hospitalar, aborda os principais aspectos da vivência dos pais dentro da
UTI. Os autores investigaram a experiência paterna durante o período de internação do recém-nascido prematuro na unidade.
Foi constatado que que os pais demonstravam carinho e envolvimento com seus filhos, mesmo diante do filho “não esperado”.
Diante da situação de internação de seus bebês, também mostraram
sentimentos como tristeza, medo, susto, indicando que passam por
processos de adaptação e enfrentamento semelhantes aos das mães de seus
filhos. Já ter passado pela mesma experiência antes amenizou o
sofrimento paterno, como evidenciou um pai em seu relato.
Dizer que o pai não se preocupa tanto com o bebê quanto a mãe ou que é mais distante de seu filho, parece não corresponder à realidade. Tal suposição precisa ser reformulada pelas equipes profissionais, e pelos próprios pais (mãe e pai), que ainda consideram natural algumas práticas parentais serem direcionadas principalmente às mães. Ainda relacionada a esse ponto está a importância que atribuem ao trabalho, que é visto como responsabilidade masculina indispensável e referência fundamental no exercício da paternidade.
Dizer que o pai não se preocupa tanto com o bebê quanto a mãe ou que é mais distante de seu filho, parece não corresponder à realidade. Tal suposição precisa ser reformulada pelas equipes profissionais, e pelos próprios pais (mãe e pai), que ainda consideram natural algumas práticas parentais serem direcionadas principalmente às mães. Ainda relacionada a esse ponto está a importância que atribuem ao trabalho, que é visto como responsabilidade masculina indispensável e referência fundamental no exercício da paternidade.
Segundo os autores, a valorização do médico, percebido pelos pais
como detentor do poder de mudar a situação, beneficia o processo de
adaptação paterna. Porém, tal status atribuído ao médico pode
trazer insegurança, pois nem sempre é suficientemente esclarecedora a
comunicação com a família, que busca compreender melhor o diagnóstico e
os procedimentos médicos. É
comum a comunicação ocorrer em linguagem pouco acessível aos pais,
resultando em compreensão insatisfatória, dúvidas e inquietações. O
envolvimento de toda equipe multidisciplinar em relação a clareza das
informações pode ser um procedimento eficiente para melhorar esta
situação.
Os autores concluem ainda que os pais não perceberam que também são
merecedores de atenção, tanto quanto suas companheiras. Por este motivo,
é imprescindível propor novos modelos de atendimento pelos
profissionais de saúde nas UTI's, evitando direcionar os cuidados e
responsabilidades somente para as mães.
Fonte: Vivências paternas em UTI Neonatal. Psicol. hosp. (São Paulo) v.4 n.2 São Paulo ago. 2006. Sibelle Maria Martins de Barros Paulo Rogério Meira Menandro; Zeidi Araujo Trindade. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade Federal do Espírito Santo - Brasil.
in: http://www.prematuridade.com/2011/04/vivencia-paterna-na-uti-neonatal.html
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